Letramento é o estado
ou condição de quem não
só sabe ler e escrever,
Mas exerce as práticas sociais de leitura e de escrita que circulam na
sociedade em que vive, conjugando-as com as práticas sociais de interação oral.
( SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte:
Autêntica, 1998)
“
As transformações do desenvolvimento até a leitura fluente começam na infância,
não no colégio.”
“A quantidade de tempo que a criança
passa ouvindo seus pais e outras pessoas queridas lerem para ela,
continua sendo um dos melhores indicadores de sua leitura posterior”
Para
mim as duas reflexões se complementam. É na base familiar que se inicia o
hábito da leitura. Crianças que têm por hábito ouvirem adultos lerem para elas,
as que os pais ou outro adulto próximo fazem do diálogo também um hábito, vão
aprimorando a gramática internalizada que cada indivíduo já possui. Ouvir
histórias de gêneros diferentes, por exemplo, capacita o futuro escritor –aquele
que escreve -, mesmo sem ter consciência do fenômeno. O
hábito de ouvir a leitura de um texto vai desenvolvendo a sensibilidade dos
pequenos: quando se tratar de uma notícia de jornal, um Conto de Fadas, uma
receita médica ou culinária... Essa
percepção fica evidente numa produção de texto, mesmo que precária, no estágio
inicial de alfabetização e vai se aprimorando na vida e para a vida, não
somente no ambiente escolar para professor corrigir e dar nota.
Antes
mesmo e principalmente, antes da entrada da criança na escola, A família deveria
criar oportunidades concretas para desenvolver os sentidos inerentes ao ser
humano, criar situações de experimentação, pois é a experiência e visão de
mundo que serão os subsídios de um leitor proficiente. A proficiência na
leitura e na escrita precisa de bons modelos, de bons exemplos. Ninguém aprende
a ler e a escrever, senão por experiência própria.