sexta-feira, 19 de junho de 2009

Alfabetização e Letramento


Historicamente o conceito de alfabetização se identificou ao ensino-aprendizado da "tecnologia da escrita" - sistema alfabético de escrita - em linhas gerais , significa na leitura, a capacidade de decodificar os sinais gráficos, transformado-os em "sons", e na escrita, a capacidade de decodificar os sons da fala, transformado-os em sinais gráficos.
A partir dos ano de 1980, o conceito de alfabetização foi ampliado com as contribuições dos estudos sobre a psicogênese da aquisição da língua escrita, particularmente com os trabalhos de Emília Ferreiro e Ana Teberosky. De acordo com esse estudos, o aprendizado do sistema de escrita não se reduziria ao domínio de correspondências entre grafemas e fonemas (a decodificação e a codificação), mas se caracterizaria como um processo ativo por meio do qual a criança, desde seus primeiros contatos com a escrita, construíria e reconstruíria hipóteses sobre a natureza e o funcionamento da língua escrita, compreendida, como sistema de representação.

É na segunda metade dos anos 1980 que surge a palavra LETRAMENTO no discurso de especialistas das Ciências Linguísticas e da Educação, como uma tradução da palavra da língua inglesa literacy. Sua tradução se faz na busca de ampliar o conceito de alfabetização, chamando a atenção não apenas para o domínio da tecnologia do ler e do escrever.
Ampliando o conceito de alfabetização, não bastava apenas dominar a tecnologia (codificar e decodificar). Era preciso (como é) ir além com os educandos, levando-os apropriar-se da escrita, fazendo uso das práticas sociais de leitura e escrita, articulando-as ou dissociando-as das práticas de interação oral, de acordo com as necessidades contextuais.


Letramento é o estado ou condição de quem não só sabe ler e escrever, Mas exerce as práticas sociais de leitura e de escrita que circulam na sociedade em que vive, conjugando-as com as práticas sociais de interação oral. ( SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 1998).